Share the post "El Salvador quer conter migração com política voltada ao emprego e renda"
El Salvador cresceu em média 2,5% nos últimos dez anos com uma taxa de inflação de 0,6%, mas o desemprego ainda é alto: 7%. Entre os mais jovens, o índice de quem não consegue ocupação ainda é maior, chega a 12%.
Em busca do “sonho americano”, um jovem, Óscar Martínez, de 25 anos, tentou atravessar a nado o Rio Grande, na fronteira do México com os Estados Unidos. Carregando junto ao corpo a filhinha Valeria, de apenas dois anos, acabou se afogando junto com a filha.
“É o grande desafio de El Salvador”, disse a embaixadora salvadorenha, Diana Vanegas, que está encerrando as atividades em Brasília. Segundo Vanegas, para o presidente que acaba de ganhar as eleições em El Salvador, Nayib Bukele, a migração é “um sintoma de doença da sociedade que deve ser revertida”.

O novo governo está trabalhando para reduzir o fluxo migratório de seus cidadãos com uma política de geração de emprego e renda em El Salvador.

“O governo tem planos de gerar desenvolvimento e emprego de qualidade para melhorar a segurança no país. Sabemos que os fluxos migratórios têm origem no emprego e segurança, mas também no desejo de reunificação familiar”, disse Vanegas.
De acordo com dados da embaixadora salvadorenha, 30% da população de El Salvador moram no exterior. Desse total, 2,9 milhões estão somente nos Estados Unidos e a maioria, 80%, vivem em situação irregular.
Ainda de acordo com a diplomata, os governos de El Salvador e México estão trabalhando para gerar mais desenvolvimento na região com a melhoria das rodovias e acesso à eletricidade, por exemplo. Vanegas informou que o Projeto Semeando Vida prevê o investimento mexicano de US$ 30 milhões no cultivo de árvores frutíferas por famílias carentes. “Eles vão receber salário para plantar e reflorestar e depois poderão também colher os frutos para a sua subsistência”, disse a embaixadora.
A diplomata acredita que dados oficiais do Departamento de Imigração salvadorenho indiquem redução no número de saída de pessoas do pais. “Mas ainda precisamos trabalhar mais”, ressalta a diplomata.