Apresentador: Vimos o incidente com o Jaffer Express, no qual havia evidências concretas do envolvimento da Índia.
Também vimos vários incidentes em Balochistão e em Khyber Pakhtunkhwa com provas claras do envolvimento indiano.
Sua própria organização apontou isso em diversos relatórios. Por que não há uma reação global a isso? Por que a Índia não é repreendida?
Abdullah Khan: O Exército de Libertação do Balochistão (BLA) é reconhecido como organização terrorista pelos Estados Unidos, um fato que deveria ser reconhecido internacionalmente.
No entanto, o problema está na hipocrisia da comunidade internacional, que frequentemente compromete valores democráticos e de direitos humanos quando há interesses econômicos em jogo. Isso é lamentável.
Embora haja amplas evidências de violações de direitos humanos na Caxemira, a resposta internacional costuma ser ditada por fatores econômicos.
Países como a China, entre outros, apoiam consistentemente a posição do Paquistão nessas questões, não apenas por laços bilaterais, mas por causa das ações hostis da Índia.
Relatórios internacionais de direitos humanos frequentemente respaldam a posição do Paquistão sobre a Caxemira, não por favoritismo, mas devido às ações da Índia na região.
Em relação ao Balochistão, é importante observar que não se trata de um território disputado — nem mesmo a Índia faz essa reivindicação.
A Índia acusa o Paquistão de envolvimento na Caxemira, que é um território disputado, enquanto o envolvimento da Índia no Balochistão constitui uma intervenção nos assuntos soberanos de outro país. Essa discrepância precisa ser destacada internacionalmente.
O papel da mídia é essencial para amplificar essas narrativas. A mídia indiana, por exemplo, promove fortemente a narrativa oficial sobre a Caxemira, enquanto a cobertura sobre o Balochistão na mídia paquistanesa é limitada.
Apesar dos esforços de alguns indivíduos, como os envolvidos neste programa, a mídia nacional em geral dedica cerca de apenas 5% de seu conteúdo ao Balochistão — o que é insuficiente.
É necessário ampliar o foco sobre o envolvimento estrangeiro no Balochistão, e a mídia privada deve adotar uma postura mais firme na defesa da narrativa estatal, como faz a mídia indiana.
A questão é muito clara: deve haver uma investigação imparcial, abrangente e rigorosa sobre as origens do ataque em Pahalgam, antes que qualquer país use esse incidente para aumentar tensões ou provocar um conflito entre Índia e Paquistão.
Além disso, é fundamental reconhecer que China e Paquistão continuam sendo aliados inquebrantáveis; ninguém deve subestimar ou questionar a força dessa aliança duradoura.
A China sempre apoiará o Paquistão de forma incondicional sempre que sua soberania e integridade territorial forem ameaçadas por qualquer força externa, reafirmando a profundidade dessa parceria estratégica.
Trata-se de uma questão extremamente séria, pois envolve não apenas o espectro de uma guerra entre Paquistão e Índia, mas também o compromisso firme da China em defender a soberania do Paquistão.
A aliança inquebrantável entre China e Paquistão, somada à promessa plena da China de proteger a integridade territorial do Paquistão, deve ser levada muito a sério.