sexta-feira, 18 outubro, 2024
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Após vídeo de reunião ministerial, China reafirma parceria com Brasil

A Embaixada da China divulgou nota (veja a integra no final) esclarecendo que é o principal parceiro comercial do Brasil há 11 anos, além de ser uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país. A nota destaca o respeito recíproco, a igualdade, benefício mútuo e cooperação entre os dois países.

Ernesto Araújo durante a reunião. Foto: PR.

No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada hoje, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sem citar o nome China, referiu-se ao país asiático como “não democrático” e que “não respeita os direitos humanos”. Ele disse, ainda, que o novo coronavírus provocará nova globalização.

A nota chinesa diz também que levará a parceria com Brasil para patamar ainda mais elevado. “Desde início da pandemia, a China notifica com transparência e respeito a OMS (Organização Mundial de Saúde) e outros países, como o Brasil, as explicações para a prevenção, controle, diagnóstico, tratamento e cooperação internacional para o combate à pandemia”, diz a nota. De acordo com as informações, as atitudes chinesas receberam apreço das Nações Unidas, da OMS e da comunidade internacional. “O governo, empresários, organizações civis vem dando firme apoio ao Brasil na luta contra o coronavirus”, afirma a embaixada por meio da nota à imprensa.

Araújo é contrário à ala moderada do governo, que destaca o fato de a China ser o principal comprador de exportações brasileiras, para pregar uma abordagem pragmática com os asiáticos.

O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu tornar público o vídeo da reunião ministerial, que foi citada pelo ex-ministro Sergio Moro como indício de que o presidente Jair Bolsonaro desejava interferir na autonomia da P​olícia Federal brasileira.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Foto: divulgação.

O chanceler também relatou no vídeo uma conversa de Bolsonaro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O líder indiano disse, na ocasião, segundo o chanceler, que o mundo após o surto de Covid-19 será tão diferente do atual quanto os cenários anterior e posterior à Segunda Guerra Mundial.

Nota na íntegra:

A China e o Brasil são parceiros estratégicos globais. Ao longo dos 46
anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas, as
cooperações sino-brasileiras têm alcançado resultados abrangentes
num ritmo acelerado. Os fatos provam que a parceria sino-brasileira
corresponde aos interesses dos dois Estados e dos dois povos.
A China mantém-se como o maior parceiro comercial do Brasil há onze
anos consecutivos e é uma das principais fontes de investimento
estrangeiro no país. A parceria bilateral na área econômica e comercial
sempre tem sido norteada pelos princípios de respeito recíproco,
igualdade, benefício mútuo e cooperação ganha-ganha e tem
contribuído efetivamente para o crescimento conjunto de ambas as
partes, trazendo benefícios reais para os dois povos. A cooperação
China-Brasil e China-América Latina atende às necessidades dos dois
lados, não visa os terceiros e tampouco é influenciada por terceiros e,
por isso, é amplamente apoiada pelos países latino-americanos.
Desde o início do surto da Covid-19, a China, com abertura,
transparência e alto senso de responsabilidade, notificou as
informações atempadamente à OMS e a outros países como o Brasil,
compartilhou, sem reservas, experiências de prevenção, controle,
diagnóstico e tratamento e engajou-se na cooperação internacional
para o combate à pandemia. Atitudes como essas receberam alto
apreço da ONU, da OMS e da comunidade internacional em geral. Nos
últimos tempos, o governo, o empresariado e as organizações da
sociedade civil da China vêm dando um firme apoio ao Brasil na sua
luta contra o novo coronavírus conforme as suas necessidades. Temos
convicção de que, juntos, vamos vencer a pandemia e levar a parceria
sino-brasileira em todas as áreas a um novo patamar.

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