A bandeira nacional está a meio mastro no prédio da Embaixada em Brasília enquanto a Geórgia lembra o 31º aniversário da queda de Sokhumi. Em 27 de setembro de 1993, após uma semana e meia de combates ferozes, Sukhumi, a maior cidade da região autônoma da Abkházia, na Geórgia, foi ocupada por formações abkhazianas apoiadas pelos militares russos.
A Federação Russa desempenhou um papel extremamente destrutivo ao instigar movimentos separatistas e estar diretamente envolvida nas hostilidades armadas na Geórgia durante a década de 1990, o que resultou na limpeza étnica de georgianos e deixou centenas de milhares de deslocados internos e refugiados deslocados de suas casas.
Apesar disso, a Rússia conseguiu se retratar como uma força estabilizadora em vez de um poder destrutivo na região. Mesmo após sua agressão militar aberta contra a Geórgia em 2008, a Rússia continuou a desviar e evitar a responsabilidade pela ocupação e controle efetivo das regiões indivisíveis da Geórgia, em completa violação do direito internacional.
Ao usar essa estratégia, a Rússia pretende apresentar a Abkhazia e as regiões de Tskhinvali da Geórgia como estados independentes e se posicionar como mediadora com o objetivo de evitar responsabilidades. Na realidade, no entanto, a presença militar ilegal, a ocupação e o controle efetivo da Rússia nessas regiões georgianas são confirmados por decisões de tribunais internacionais, incluindo o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) e o Tribunal Penal Internacional (TPI).
O péssimo ambiente de segurança e a crescente pressão russa nas regiões ocupadas deterioraram ainda mais as perspectivas de uma resolução pacífica do conflito e aumentaram o risco de escalada na situação já extremamente volátil no terreno. Além disso, a guerra de agressão em andamento da Rússia na Ucrânia aumentou a pressão com as provocações da Rússia nos territórios ocupados, intensificando significativamente a vulnerabilidade de segurança da Geórgia.