segunda-feira, 16 setembro, 2024
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Equipe de ginástica artística conquista “bronze de ouro”. Confira o resumo do dia

Teve “acidente de trabalho” com Flavia Saraiva nas assimétricas antes mesmo da competição que obrigou a atleta a competir com curativo. Teve queda da jovem Julia Soares na trave que tirou a confiança de muita gente em casa. Mas teve muita precisão e excelência do time na soma dos quatro aparelhos (além da trave e das assimétricas, o solo e o salto). E foi um salto mágico de Rebeca Andrade, última atleta da última rotação nacional, a única com pontuação acima de 15, para levar pela primeira vez uma equipe de ginástica artística do Brasil a um pódio olímpico.

Com isso, o 30 de julho fica marcado por um bronze “de ouro” que coroa várias gerações que batalharam para transformar a modalidade do Brasil numa potência mundial. Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares escreveram seus nomes na história olímpica do país. Com 164.497 no somatório, ficaram atrás apenas de Estados Unidos, com 171.296, e da Itália, com 165.494.

“Eu dei o sangue, literalmente, o resultado veio e estou feliz demais de ter conquistado essa medalha por equipe. Falo para todo mundo que disputas por equipe é a melhor competição que tem, porque me sinto abraçada pelo time. A gente sabe o quanto uma luta pela outra e a gente trabalha muito todos os dias para ter o melhor resultado”, resumiu Flavia Saraiva.

Os sete atletas inscritos na modalidade em Paris (as cinco do feminino e os dois do masculino) integram o Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal aos atletas brasileiros (veja infográfico no fim da página). Por meio da rede social X, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou a conquista da ginástica artística brasileira. “Parabéns para nossas atletas da ginástica artística pela medalha histórica. Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Júlia Soares são orgulhos do nosso país”, escreveu o presidente.

MAIS FINAIS – O Brasil está em outras sete finais em Paris. Rebeca e Julia disputam a decisão da trave. Rebeca e Flavia estão na decisão do individual geral, que leva em conta os quatro aparelhos. A campeã olímpica ainda defenderá o título no salto e disputará o solo. No masculino, Diogo Soares compete na final do individual geral.

HISTÓRICO – O bronze inédito da equipe feminina sela a quarta edição olímpica seguida com o Brasil no pódio na ginástica artística. Agora são sete medalhas. A primeira foi o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012. Na Rio 2016, foram três: prata para Zanetti novamente nas argolas, e prata e bronze no solo masculino com Diego Hypolito e Artur Nory. Em Tóquio 2020, Rebeca foi ouro no salto e prata no individual geral.

QUADRO DE MEDALHAS – Com o resultado da ginástica artística, o Brasil chegou a quatro medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, todas com digital do Bolsa Atleta. São três bronzes e uma prata. Além da equipe da ginástica, ficaram em terceiro Rayssa Leal, do skate street, e Larissa Pimenta, do judô. A prata foi conquistada por Willian Lima, também nos tatames. O Brasil ocupa a 22ª posição no quadro. A liderança ao fim desta terça é do Japão, com sete ouros, duas pratas e quatro bronzes. Na sequência aparece a China, com 14 medalhas, mas seis ouros, e a Austrália, 11 pódios e seis ouros.

OUTROS ESPORTES

JUDÔ – Nos tatames parisienses, dois brasileiros que se apresentaram nesta terça pela categoria meio-médio não avançaram à disputa de medalhas. Bronze nos Jogos de Pequim 2008, Ketleyn Quadros, 36 anos, venceu a espanhola Cristina Perez na estreia mas foi superada nas oitavas de final pela francesa Clarisse Agbegnenou. Já o brasileiro Guilherme Schimidt, após vencer Edi Sherifovski, da Macedônia do Norte, na estreia, também parou na mesma fase diante do italiano Antonio Esposito.

O Brasil volta a competir nesta quarta no judô com Rafael Macedo, no peso médio (até 90kg). O país não tem representantes na chave feminina nesta quarta. O judô é o esporte de maior tradição do Brasil em Olimpíadas e só não subiu ao pódio em em três edições: Tóquio 1964, Cidade do México 1968 e Moscou 1980. Até aqui, o país já contabiliza 26 medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e 18 de bronze na modalidade.

Guilherme Schimidt teve ótimos resultados no ciclo olímpico, mas caiu nas oitavas de final em Paris. Foto: Luiza Moraes/COB
Guilherme Schimidt teve ótimos resultados no ciclo olímpico, mas caiu nas oitavas de final em Paris. Foto: Luiza Moraes/COB

TÊNIS – O time formado por Thiago Monteiro e Thiago Wild foi eliminado do torneio de duplas pelos norte-americanos Austin Krajicek e Rajeev Ram na segunda rodada. Os brasileiros perderam por 2 sets a 0, parciais de 6/4 e 7/6. Nesta quarta-feira, a dupla formada por Beatriz Haddad Maia e Luísa Stefani volta à quadra. O Brasil fez história nas Olimpíadas de Tóquio 2021, quando Laura Pigossi e Luisa Stefani faturaram a medalha de bronze, até aqui a única medalha do país na modalidade em Jogos Olímpicos.

TÊNIS DE MESA – Já no tênis de mesa, o destaque ficou com Hugo Calderano, que segue firme no desafio de fazer história e conquistar a primeira medalha do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos. O brasileiro avançou às oitavas-de-final em Paris ao derrotar o espanhol Álvaro Robles por 4 x 2, com parciais de 7/11, 13/11, 11/9, 8/11, 11/3 e 11/5. Nesta quarta, a partir das 11h, Calderano encara um adversário difícil, o francês Alexis Lebrun, diante de toda a torcida da casa. “Vai ser mais uma vez um jogo bem difícil. A torcida estará toda ao lado dele. Vai ser uma atmosfera legal. O ginásio está todos os dias lotado. Com certeza será difícil, ele está em boa forma, com bons saques e potência. Espero conseguir fazer um bom jogo e buscar a vitória”, disse Calderano. O outro brasileiro na chave de simples, Vitor Ishiy, acabou eliminado. Ele foi superado pelo forte alemão Dimitrij Ovtcharov, medalhista olímpico. O rival venceu por 4 sets a 1, com parciais de 11/4, 11/8, 11/9,11/13 e 11/3.

Calderano avançou na chave e volta à mesa nesta quarta para tentar uma vaga nas quartas de final. Foto: Wander Roberto/COB
Calderano avançou na chave e volta à mesa nesta quarta para tentar uma vaga nas quartas de final. Foto: Wander Roberto/COB

TIRO COM ARCO – O Brasil segue firme no sonho de conquistar uma medalha inédita no tiro com arco. Nesta terça-feira, Marcus Vinícius D’Almeida, líder do ranking mundial, depois de vencer na estreia o ucraniano Mykhailo Usach por 6 a 2, superou o japonês Fumiya Saito por 7 a 1 e garantiu vaga nas oitavas-de-final. O mesmo sucesso teve a brasileira Ana Luiza Caetano, que passou pela eslovena Zana Pintaric por 6 a 2 e, na sequência, assegurou lugar nas oitavas-de-final ao derrotar a malaia Syaqiera Mashayikh por 6 a 5. Com o resultado, Ana Luiza igualou a melhor campanha do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos. “Conseguir me manter no jogo, aproveitar o momento sem deixar essa pressão entrar foi o que vim fazer. Não dá para a gente imaginar que resultado a gente vai conseguir, mas dá para imaginar a postura que vai ter na linha. Isso para mim foi um passo gigantesco e vou levar para as próximas etapas”, disse Ana Luiza. No sábado (3/8), a brasileira volta a competir em busca de uma vaga nas quartas-de-final. Já Marcus D’Almeida só volta à ação no domingo (4/8).

BOXE PERTO DO PÓDIO – O Brasil está cada vez mais próximo de uma medalha no boxe. Após a vitória de Wanderley Pereira nesta terça, Keno Marley, Bia Ferreira e o próprio Wanderley só precisam vencer mais um combate para chegar às semifinais. Não há disputa do bronze no boxe olímpico: os dois perdedores nas semifinais levam medalhas. Nesta terça, Wanderley não teve dificuldades para derrotar, por decisão unânime, o haitiano Cedrik Duliepe. “Consegui seguir a minha estratégia, que era trabalhar bastante a mão da frente, mover para os lados e surpreender com golpes de velocidade”, disse o baiano de Conceição de Almeida. Primeiro pugilista brasileiro a lutar nesta terça, Michael Douglas foi derrotado pelo cubano Alejandro Claro pela categoria – 52kg. “Não estou satisfeito com o resultado porque vim em busca de medalhas. Vida que segue”, disse. Além de Michael, Abner Teixeira, medalhista de bronze em Tóquio, e Tatiana Chagas também foram derrotados na primeira luta e eliminados. Caroline Almeida, Jucielen Romeu e Barbara Santos ainda iniciarão a caminhada olímpica nos próximos dias.

VELA – Bicampeãs olímpicas, as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze ficaram em décimo, nono e 13º nas três regatas do skiff feminino (49erFX) desta terça-feira, 30. Com os resultados, a dupla soma 87 pontos após o descarte e ocupa a 15ª colocação antes das últimas três regatas da fase de classificação. Os dez melhores barcos na série de abertura avançam para a regata da medalha. Já no skiff masculino (49er), Marco Grael e Gabriel Simões ficaram em nono, décimo e 16º nas regatas do dia. Eles ocupam a penúltima posição geral. O dia foi cheio para Mateus Isaac na classe iQFoil. O brasileiro disputou cinco regatas nesta terça-feira e ficou em segundo, 14º, oitavo, 13º e 14º. Ele ocupa a 12º colocação geral.

REMO SE DESPEDE – Os brasileiros Bia Tavares e Lucas Verthein, do remo, não avançaram às semifinais. No Estádio Náutico Vaires-sur-Marne, pelas quartas-de-final, os dois chegaram na quarta posição na prova do single skiff em suas baterias. As colocações não os credenciaram para a próxima fase.

A seleção feminina de handebol perdeu para a  forte equipe da França, mas ainda tem chances de avançar às quartas. Foto: Wander Roberto/COB
A seleção feminina de handebol perdeu para a forte equipe da França, mas ainda tem chances de avançar às quartas. Foto: Wander Roberto/COB

HANDEBOL – A seleção feminina de handebol perdeu para a França por 26 a 20, nesta terça-feira, pela terceira rodada dos Jogos Olímpicos. Apesar do resultado, a equipe segue com chances de classificação. O Brasil volta a jogar na quinta-feira, contra a Holanda. O último duelo será contra Angola, no sábado. Uma vitória em alguma das partidas aproxima a equipe das quartas de final.

NATAÇÃO – Bia Dizotti brilhou na natação e garantiu vaga na final dos 1.500m livre com o tempo 16min05s40. É a terceira decisão do Brasil na modalidade nesses Jogos Olímpicos Paris 2024, a segunda feminina. A brasileira terminou em terceiro na bateria e sétimo na colocação geral. A final será nesta quarta-feira (31), às 16h07 (de Brasília). “Quem estava mais próximo sabe o que passei. Foram meses não competindo e voltando a treinar mais forte. Parece que cada competição mais ou menos ou ruim que eu tinha voltava com mais sede de nadar melhor. Estou desde o Pan sem nadar abaixo de 16min10s. Mas 16min05s hoje me garantiu a raia dois de novo na final. Estou feliz. Sei que treino para nadar melhor e é fazer isso na final. Estou orgulhosa de mim”, disse Bia à CazéTV. Outro que conquistou ótimo resultado foi Guilherme Costa.

VÔLEI DE PRAIA – As duas duplas femininas de vôlei de praia do Brasil avançaram para a fase mata-mata dos Jogos Olímpicos. Carol Solberg/Barbara Seixas e Ana Patrícia/Duda Lisboa venceram suas partidas nesta terça-feira, 30, e estão matematicamente garantidas nas oitavas de final. No Estádio Torre Eiffel, Carol e Bárbara enfrentaram as lituanas Paulikiene e Raupelyte, e venceram por 2 sets a 0 (parciais de 21/13 e 21/14) pela segunda rodada da fase de grupos. Já Duda/Ana Patrícia venceram as espanholas Liliana/Paula por 2 sets a 0, com parciais de 21/12 e 21/13. Elas encerram a participação na fase classificatória nesta quinta-feira (1), em partida contra as italianas Gottardi e Menegatti, às 15h (horário de Brasília). Ainda nesta terça, André e George foram superados pelos cubanos Diaz e Alayo, em reedição da final dos Jogos Pan-americanos 2023, na ocasião vencida pela dupla brasileira. Em Paris, os cubanos venceram por 21/13 e 21/18. Com um triunfo e uma derrota na chave, os brasileiros terão pela frente Partain/Benesh, dos Estados Unidos, na quinta-feira (1), às 10h.

Ana Patrícia e Duda seguem invictas no torneio de vôlei de praia. Foto: Luiza Moraes / COB
Ana Patrícia e Duda seguem invictas no torneio de vôlei de praia. Foto: Luiza Moraes / COB

BASQUETE – O Brasil chegou à segunda derrota no basquete masculino em Paris 2024 ao perder, nesta terça-feira, 30, para a Alemanha, atual campeã do mundo. O placar foi de 86 a 73 para os europeus. A seleção não começou bem, mas conseguiu se recuperar no primeiro tempo – com destaque para o maior aproveitamento em bolas de três e mais consistência defensiva – e foi para o intervalo com o placar empatado em 40 a 40. Na metade final do confronto, a Alemanha abriu vantagem até fechar em 86 a 73. O Brasil ainda tem chances de classificação, mas terá que vencer o Japão no encerramento da fase de grupos e depender de outros resultados.

RÚGBI – A seleção feminina do Brasil se despediu dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com a décima colocação. Nesta terça-feira, na disputa do nono lugar com o Japão, as Yaras foram derrotadas por 38 x 7.

ONIPRESENÇA – O DNA do Bolsa Atleta é “onipresente” na delegação brasileira que está em Paris para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2024. Levando em conta o edital mais recente, de 2024, 241 dos 276 atletas na capital francesa fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Se a análise leva em conta o histórico dos atletas, contudo, 271 dos 276 já foram integrantes do programa do Governo Federal em alguma fase da carreira (98%). Em 27 das 39 modalidades em que o país está representado na França, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte. Mais: em seis modalidades, todos estão na categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, voltada para esportistas com chances reais de medalha em megaeventos, que se posicionam entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades. A Bolsa Pódio garante repasses mensais que variam de R$ 5.500 a R$ 16.600, com o reajuste anunciado em julho de 2024 pelo presidente Lula.

Radiografia do Bolsa Atleta na delegação olímpica brasileira
Radiografia do Bolsa Atleta na delegação olímpica brasileira
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