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Tudo pronto para as eleições de 2024 no Paquistão

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Por Sara Nazir

O Paquistão, uma nação de 240 milhões de habitantes, com mais de 128 milhões de eleitores elegíveis, está pronto para realizar eleições gerais em 8 de fevereiro de 2024. Para maior interesse nacional, é essencial que o máximo de pessoas saia de casa e exerça o seu direito de voto, para os candidatos favoritos, que poderão posteriormente representá-los nas assembleias legislativas e no Parlamento. Situado num cenário político complicado, o Paquistão é uma nação democrática, amante da paz e resiliente que desafia todas as probabilidades que enfrenta. Esta nação fundada nos princípios da democracia tem uma longa história de realização de eleições que exibem os princípios fundamentais da transformação política. A continuação do processo democrático ilustra a dedicação do Paquistão em proporcionar aos indivíduos um fórum para expressar questões legítimas, através dos seus candidatos eleitos.

Num esforço para demonstrar abertura e transparência, o Governo paquistanês convidou centenas de jornalistas internacionais de vinte países diferentes para testemunhar e relatar o processo eleitoral.

Esta escolha estratégica não visa apenas aliviar o cepticismo estrangeiro, mas realçar o compromisso do Governo com os princípios democráticos. Alguns grupos externos com interesses instalados lançaram recentemente uma campanha difamatória em fóruns internacionais de comunicação social, com o apoio de certos quadrantes políticos internos em todo o meio político do Paquistão. O objetivo fundamental do esforço sinistro era degradar a reputação do Paquistão e das suas Forças Armadas em todo o mundo. Esta campanha difamatória, patrocinada por aqueles que se opõem ao crescimento do Paquistão, irá confrontar um adversário poderoso no dia 8 de Fevereiro, quando o povo paquistanês exercer o seu direito democrático de voto e provar mais uma vez a sua resiliência.

O fervor político em torno das eleições permaneceu evidente com partidos políticos importantes, como a Liga Muçulmana do Paquistão (N), o Partido Popular do Paquistão (PPP) e o Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI) a participar ativamente nas campanhas políticas. Os tradicionais comícios políticos, procissões, reuniões de canto e interação pública proporcionaram aos ativistas uma atmosfera favorável ao sistema eleitoral, que continua a ser fundamental para o valor democrático do Paquistão. Do ponto de vista da segurança, para garantir um processo de votação livre, justo e pacífico, o Governo desenvolveu uma forte estrutura de segurança de três níveis, incluindo a Polícia, as Forças Armadas Civis e as Forças Armadas nos respectivos níveis.

A demografia, que inclui um número significativo de jovens, representa vitalidade e potencial para promover um crescimento positivo. A participação ativa dos jovens reflete a dedicação da nação à diversidade e à representação. A transferência recorrente de poder através de métodos democráticos, simbolizada pelo futuro 24.º Primeiro-Ministro do Paquistão, fortalece a estabilidade e a continuidade das instituições democráticas.

A composição da Assembleia Nacional e das quatro assembleias provinciais – Punjab, Sindh, Khyber Pakhtunkhwa e Baluchistão – será determinada por Eleições Gerais.

A Assembleia Nacional tem 336 assentos representativos, com 266 eleitos diretamente por círculos eleitorais uninominais sob o sistema de primeiro lugar. Além disso, 60 assentos são reservados para mulheres e 10 para minorias. A alocação de assentos reservados para mulheres entre os partidos é proporcional ao total de assentos provinciais, enquanto os assentos minoritários são distribuídos com base na contagem geral de assentos de cada partido do Senado, a câmara alta do Parlamento do Paquistão. O partido ou aliança que obtiver o maior número de assentos na Assembleia Nacional escolhe o seu líder, que passa a servir como o próximo primeiro-ministro.

Um interessante relatório de avaliação de uma instituição governamental oferece uma visão interessante sobre o cenário político provável após as eleições. A pesquisa prevê que o PML-N se tornará o maior partido, garantindo aproximadamente 115 a 132 assentos na Assembleia Nacional. A estimativa indica um reduto do PML-N na Assembleia do Punjab, onde se espera que ganhe cerca de 190 dos 297 assentos, formando potencialmente um governo com uma maioria controladora de dois terços em todo o Punjab. Para além do Punjab, a estimativa considera que o PML-N desempenha um papel fundamental nos governos de coligação em Khyber Pakhtunkhwa e no Baluchistão.

Por outro lado, espera-se que o PPP conquiste 35 a 40 assentos, assumindo o controle em Sindh. Espera-se que os candidatos independentes do PTI ganhem de 23 a 29 assentos, enquanto o Movimento MuttahidaQaumi (MQM), JamiatUlema-e-Islam (JUI), Liga Muçulmana do Paquistão (PML-Q) e o Partido Istehkam-e-Pakistan (IPP) ganharão desempenhar uma variedade de funções na Assembleia Nacional.

Quando o país for às urnas amanhã, não só resistirá aos esforços coordenados para difamar a sua imagem, mas também elegerá representantes, que refletirão as verdadeiras preocupações do povo no Parlamento e noutras assembleias legislativas. A tolerância para com opiniões divergentes é sintomática do crescimento da cultura democrática do Paquistão. Uma democracia forte promove pontos de vista diferentes, garantindo que a voz de cada cidadão seja ouvida.

Mais significativamente, os resultados eleitorais não só moldarão o cenário político do Paquistão, mas também terão profundas implicações para a estabilidade da região e do mundo muçulmano. O difícil caminho democrático reflete a vontade do Paquistão de perseverar e proclamar os seus valores democráticos face às dificuldades. Através do escrutínio, os paquistaneses poderão eleger membros, que expressarão as suas reais preocupações nas assembleias parlamentares e legislativas, apoiando a verdadeira democracia do país.

Biografia do autor
A autora é medalhista de ouro em Estudos Estratégicos pela Air University Islamabad e atualmente leciona como professor visitante em uma universidade com sede em Islamabad. Ela escreve regularmente sobre segurança e questões estratégicas do Sul da Ásia.
Sara Nazir 📸acervo da internet

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