Varsóvia, 12 de outubro de 2022
Por Claudia Godoy
Para o Chefe do Escritório de Política Internacional da Polônia, Jakub Kumoch, a Rússia não tem controle dos territórios que foram anunciados recentemente como anexados na Ucrânia.
“Essa guerra não se trata de quantidade de soldados. A Ucrânia tem até 1 milhão de soldados prontos para a linha de frente. Então, 300 mil soldados russos sem preparação, sem motivação, sem espírito, não vão mudar o resultado dessa guerra. É uma vergonha para uma potência militar tão grande proclamar atos que não têm efeito”, afirmou Kumoch, que é para o Polônia o equivalente ao ministro de Assuntos Estratégicos no Brasil. Para ele, a única solução para a guerra é a retirada russa do território ucraniano. “Primeiro, o território deve ser liberado e, depois, poderemos falar de paz, de compromisso, não sei como falar, com a Rússia”, afirmou o ministro.
“O resultado final desta guerra está relacionado ao futuro de Vladimir Putin. Com muitos ditadores da história ocorreu que, se perderam a guerra, perderam também o poder. Benito Mussolini, por exemplo”, disse Kumoch, acrescentando que “não quero citar Adolf Hitler porque é forte demais. Mas também foi a mesma história. Putin jogou numa roleta e perdeu o jogo”.
Kumoch disse, ainda, acreditar que ao anexar território ucraniano e ocupar uma parte da Ucrânia, a Rússia tornou inviável qualquer solução a não ser liberar o território ucraniano. “Não vejo nenhuma possibilidade que algo mude a seu favor. A Rússia está perdendo a guerra militarmente. Não há cenário a não ser a queda do regime russo e o fim dos planos imperialistas russas”.
O ministro polonês comparou a situação na Europa com outras partes do mundo. “Não somente na Europa, se alguém colocar em questão fronteira na América Latina, também inicia um momento de instabilidade política. Por isso, não podemos fazer”, disse ele.
“Isso é muito importante não só para os europeus, mas para todos os outros. Todas as outras partes do mundo”, afirnou Kumoch.
“Esta guerra nos dá a oportunidade de humilhar a um regime que tentava conquistar um país vizinho”, analisou o ministro polonês. Ele afirnou também que “países podem dizer que estão anexando territórios de outros países, mas isso é violação grave da lei internacional e não tem
efeito”.