Duas violentas explosões registradas no porto de Beirute nesta terça-feira (4) deixaram 50 mortos e 2.750 feridos, segundo um balanço atualizado do ministério da Saúde libanês.
Este balanço ainda é provisório, informou à AFP o porta-voz do ministério, Reda Moussaoui.
“É uma catástrofe em todos os sentidos do termo”, lamentou mais cedo o ministro da Saúde, Hamad Hassan, em declarações a várias emissoras de televisão após visitar um hospital na capital libanesa.
“Os hospitais da capital estão todos cheios de feridos”, acrescentou, pedindo que as outras vítimas sejam levadas para estabelecimentos nos arredores da cidade.
Antes, o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, havia dito que as explosões poderiam ter sido causadas por “materiais altamente explosivos confiscados há anos”, mas acrescentou que uma investigação determinará a “natureza exata do incidente”.
No entanto, os responsáveis terão que “prestar contas”, disse o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, que pediu ajuda aos “países amigos” do Líbano.
“Faço um apelo urgente a todos os países amigos e irmãos que amam o Líbano que se coloquem do nosso lado e nos ajudem a curar nossas feridas profundas”, acrescentou.
Vídeos transmitidos nas redes sociais mostraram uma primeira explosão seguida por outra que causou uma gigantesca nuvem de fumaça.
As deflagrações sacudiram os edifícios vizinhos e fizeram com que vidros se quebrassem a vários quilômetros de distância.
O presidente Michel Aoun convocou uma “reunião urgente” do Conselho Superior de Defesa e o primeiro-ministro decretou um dia de luto nacional para a quarta-feira.
“É uma catástrofe. Existem corpos no chão. Ambulâncias estão pegando os corpos”, disse à AFP um soldado próximo ao porto.
A imprensa local divulgou imagens de pessoas presas nos escombros, algumas cobertas de sangue.
“Pareceu um terremoto e, em seguida, uma grande deflagração e os vidros quebraram”, contou à AFP uma libanesa no centro de Beirute.
Um navio atracado no porto estava em chamas, constataram jornalistas da AFP. Um oficial pediu a jornalistas que se afastassem do setor, temendo a explosão do combustível do navio.
O setor portuário foi isolado pelas forças de segurança, que só permitem a passagem da Defesa Civil, de ambulâncias e dos bombeiros, constataram jornalistas da AFP na entrada do porto.
Duas horas após a explosão, chamas ainda podiam ser vistas na área. Um helicóptero carregava água do mar para apagar os incêndios.
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