A declaração é do Ministro Conselheiro Qu Yuhui da Embaixada da China no Brasil, durante o webinar “Agricultura e Inovação: Um olhar estratégico para as relações entre Brasil e China”, promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China, nesta quarta-feira (23).
O ministro conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui. Foto: Agência Brasil
Segundo Yuhui, até 2027, as importações chinesas de carne bovina já poderiam dobrar e chegar as 8 milhões de toneladas. Hoje, as compras da nação asiática já podem alcançar um volume maior do que a produção total da União Europeia, por exemplo. “Temos a maior classe média do mundo com 400 milhões de pessoas. E assim, a demanda não vai só aumentar, como será mais sofisticada para produtos agropecuários”, afirma o ministro.
E o Brasil tem papel determinante para atender a este crescimento. Hoje, a participação da carne bovina brasileira é de cerca de 30%, mas o potencial para ampliar esse percentual é bastante grande. O essencial é, todavia, que o agronegócio brasileiro e seus empresários e exportadores possam aprimorar as relações comerciais entre os dois países.
“Os empresários brasileiros deveriam investir mais no estudo do mercado chinês e serem mais agressivos no mercado da China, com uma melhor integração das cadeias produtivas”, acredita o ministro. “A demanda chinesa ainda vai crescer muito e o papel do Brasil será determinante.
O embaixador Orlando Leite Ribeiro, do Ministério da Agricultura, lembrou ainda que as exportações de carnes do Brasil para a China registraram um crescimento de 114% no primeiro semestre deste ano se comparadas ao mesmo período de 2019, citando o combustível para este aumento vindo ainda dos impactos causadas pela Peste Suína Africana, principalmente nos últimos dois anos, nos planteis chineses.
Frigoríficos: “de medidas temporárias e que ainda precisam de ajustes, mas que vale como medidas apenas de precaução e prevenção”.
Sobre os frigoríficos braisleiros com sua habilitação de exportação para a China ainda suspensa, o ministro explicou que tratam-se “de medidas temporárias e que ainda precisam de ajustes, mas que vale como medidas apenas de precaução e prevenção”. Yuhui explica que os indícios de que a embalagem e até mesmo o próprio alimento poderiam ser veículos para o novo coronavírus fez com que a China tomasse medidas como esta para evitar novas ondas de contágio.
“Ainda ná há total certeza sobre isso, mas é uma prevenção. E como há 102 outros frigoríficos habilitados, não acredito que haverá grande impacto para o comércio entre China e Brasil”, afirma Yuhui.